A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs ouve, nesta terça-feira, 29, o depoimento do antropólogo Edward Mantoanelli Luz.
Luz é especialista em mediar conflitos agrários em vários Estados, com histórico de atuação para órgãos estatais, como Funai, Eletrobras e Itaipu Binacional, além de atuar para empresas privadas, como Fiat, BTG Pactual e Fundação Bradesco.
Depoimento mais recente à CPI das ONGs
Na semana passada, Herderli Alves, líder do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, explicou como funciona uma suposta estratégia de ONGs, em parceria com o Ibama e a Funai, para transformar terras produtivas ocupadas por mestiços em território indígena.
De acordo com Herderli, funcionários de ONGs que atuam na Amazônia induzem mestiços a se declararem indígenas. Dessa forma, conseguem, com órgãos oficiais, a demarcação de terras. “São produtivas”, afirmou Herderli, ao mencionar a existência de potássio e riquezas nesses territórios, que, uma vez demarcados, não podem ser retirados.
Conforme Herderli, a parceria entre ONGs e o governo brasileiro fez saltar o número de indígenas no país. Em dez anos, a população indígena foi de quase 900 mil para 1,7 milhão, segundo o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “As ONGs visam a tomar a Amazônia”, afirmou a mulher. “Querem inviabilizar o Brasil.”
Durante a oitiva, Herderli mostrou vídeos de mestiços, os quais denunciaram a estratégia informada pela líder do movimento. Em uma das imagens, é possível ver o momento em que um agente da Polícia Federal dá cinco horas a uma família para desocupar uma propriedade, visto que uma juíza dera tal prazo, em virtude da demarcação daquela terra, pois a maioria dos que moram na região se declarou indígena, embora fosse supostamente mestiça.