A Polícia Federal faz neste momento busca e apreensão no gabinete da deputada Carla Zambelli (PL-SP) em no apartamento dela em Brasília, além de executar uma ordem de prisão contra o hacker da Vaza jato, Walter Delgatti Neto.
Há buscas também nas casas de dois assessores da deputada, um em Brasília e um em São Paulo.
Zambelli está sendo investigada por contratar o hacker para tentar fraudar urnas eletrônicas e inserir no sistema do Conselho Nacional de Justiça um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
A deputada e o hacker são alvo de inquérito comandado pelo próprio Moraes, no âmbito das investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Na ação, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.
Os documentos forjados incluíam um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No ofício, havia inclusive a frase “faz o L” – um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, diz material da Polícia Federal.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a operação em uma rede social.
“Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, escreveu.
O próprio Delgatti declarou em depoimento à PF ter sido procurado pela deputada em setembro de 2022 para Segundo Delgatti, a deputada fez o pedido em um encontro na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, em setembro de 2022. Ainda em seu depoimento, ele contou que só conseguiu acessar o e-mail de Moraes, mas não encontrou nada de comprometedor, e que não obteve êxito ao tentar acessar o celular do magistrado. Ele também alegou ter tentado invadir o sistema de segurança das urnas eletrônicas, mas também sem sucesso.
Zambelli, que chegou a levar o hacker a reuniões em Brasília, chegou a afirmar a interlocutores que sua intenção era discutir a possibilidade de ele integrar uma equipe de consultores contratados para fiscalizar as urnas eletrônicas. A parlamentar levou Delgatti a um encontro com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido, e outro com o então presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.
(matéria em atualização)