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Bolsonaro em SP, chama Lula de jumento e vê missão de voltar à Presidência

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Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos após mentiras e ataques ao sistema eleitoral e somente poderá disputar em 2030

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de evento político em São Paulo nesta terça-feira (25). Nele, falou palavrão, atacou o presidente Lula (PT), reclamou de sua condenação pelo TSE e disse que seu eventual retorno um dia ao Palácio do Planalto é encarado por ele como uma “missão”.

Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos após mentiras e ataques ao sistema eleitoral e somente poderá disputar as eleições presidenciais de 2030.

Em sua fala na Câmara Municipal de São Paulo, Bolsonaro atacou Lula. “A quem interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto. Um jumento por que não dizer assim.”

Reclamou do TSE: “Ah, ele atacou o sistema eleitoral. Tudo é ataque”. E prosseguiu: “Triste um país que pune um político não pelos seus erros ou defeitos, mas por suas virtudes. Vontade de ser presidente novamente? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão.”

Ainda criticou a Comissão da Verdade, que relevou os crimes da ditadura militar, apoiada por ele. “Que porra de verdade é essa que não começa investigando o Celso Daniel [prefeito petista assassinado em Santo André]? É uma esquerda que não quer o bem do país. Qualquer um pode ser preso hoje por nada. […] Vai pra ponta da praia. Tudo é estado democrático de direito.”

O evento foi o de filiação ao PL do vereador Fernando Holiday, sua quinta legenda desde que entrou na vida pública ao eleger-se para a Câmara Municipal de São Paulo em 2016.

A viagem de Bolsonaro a São Paulo inclui outros compromissos, como um jantar com empresários na quarta-feira (26). Bolsonaro vai se hospedar pela segunda vez no Palácio dos Bandeirantes, a convite do aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O governador de São Paulo já abrigou Bolsonaro na sede do governo paulista em junho. A nova hospedagem serve para sinalizar que eles superaram a briga por causa da Reforma Tributária, algo que trouxe desgaste para Tarcísio junto aos bolsonaristas.

Ex-crítico de Bolsonaro, Holiday integrou o MBL (Movimento Brasil Livre), mas deixou o grupo em janeiro de 2021 ao se aproximar de bandeiras da direita conservadora, como a oposição ao aborto.

No evento, o vereador contou a parábola do filho pródigo, como uma analogia para sua trajetória política, de apoiador de Bolsonaro em 2018, a adversário nos anos seguintes e, novamente, bolsonarista agora. Holiday diz ter se arrependido das críticas a Bolsonaro.

“Me sinto como um filho pródigo, um filho que cometeu muitos erros e se arrepende amargamente, mas que está sendo recebido de volta em casa”, disse. Holiday afirmou que Bolsonaro foi o único presidente “verdadeiramente de direita e comprometido com valores conservadores”.

Holiday afirmou ainda que, apesar de a mídia classificar Bolsonaro como racista e homofóbico, ele estava filiando “um negro meio veado”, piada que fez o ex-presidente dar risada.

Além de Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, parte dos deputados federais e estaduais do PL acompanharam a filiação, assim como a secretária estadual da Mulher, Sonaira Fernandes (Republicanos). O prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi convidado, mas tinha outro compromisso.

No evento, outros jovens foram filiados ao PL, como Lucas Pavanato, ex-MBL que deve concorrer à Câmara em 2024. Valdemar afirmou que Holiday será candidato a deputado federal pelo PL. O presidente do PL afirmou ainda que “Bolsonaro é a última palavra dentro do partido”.

Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, protestou nas redes sociais contra a filiação por causa do passado de críticas de Holiday a Bolsonaro. O vereador chegou a dizer ser favorável ao impeachment de Bolsonaro por causa da sua postura negacionista na Covid e pelo aparelhamento de instituições.

Em manifestação contra Bolsonaro na avenida Paulista em 2021, Holiday chamou o então presidente de jumento e corrupto.

No mesmo ano, foi expulso do Patriota num movimento do partido para tentar atrair Bolsonaro. “A possibilidade de o Bolsonaro entrar no partido fez com que nossos caminhos acabassem se distanciando”, disse Holiday à Folha de S.Paulo na época.

Em 2016, Holiday foi eleito pelo DEM, mas migrou para o Patriota para disputar a reeleição em 2020. Depois, entrou no Novo e também passou pelo Republicanos.

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