O presidente Jair Bolsonaro proibiu o Exército e o Ministério da Defesa de se posicionarem em relação à ida do general Eduardo Pazuello a um ato político no Rio de Janeirono último domingo (23). Do Equador, o chefe do Executivo ligou para o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, após saber informações pela imprensa sobre uma nota que seria publicada.
A informação foi divulgada pelo jornal Estado de S. Paulo.
O Exército, então, suspendeu um comunicado que faria aos jornalistas, informando que seria aberta apuração disciplinar contra Pazuello, que participou, no domingo, de manifestação a favor de Bolsonaro, no Rio de Janeiro.
Ao subir em um carro de som e discursar para a multidão, o ex-ministro da Saúde violou o Estatuto Militar e o Código Disciplinar do Exército, pois ele ainda está na ativa das Forças Armadas. De acordo com as regras, os integrantes das Forças Armadas não podem participar de movimentos políticos.
A punição prevista pode ir desde advertência até prisão, de acordo com decisão do comandante da Força, general Paulo Sérgio.
Mas o presidente deixou claro que não quer nenhuma punição para Pazuello.
O episódio cria uma nova crise entre o governo federal e as Forças Armadas. Em março, Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa general Fernando Azevedo e Silva porque queria mais apoio da pasta na defesa de seu governo. Em consequência, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram o cargo.