Marcos Mion, apresentador da TV Globo, criticou as recentes declarações capacitistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quinta-feira 20, o chefe do Executivo associou os portadores de deficiência intelectual aos massacres em escolas e afirmou que os assassinos têm “desequilíbrio de parafuso”. Um dos filhos do apresentador, Romeo, tem espectro autista.
De acordo com Lula, 15% da população mundial deve ter “algum problema de deficiência mental”, ou seja, “quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso”. Ele disse que “pode uma hora acontecer uma desgraça”.
Marcos Mion, através do Instagram, respondeu ao chefe do Executivo. Segundo o apresentador da Globo, o comportamento “afetou não só a comunidade autista, mas todas as pessoas com deficiência intelectual”. O teor da declaração “chocou todo o mundo”, disse.
“A OMS sempre afirmou que, na humanidade, deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental”, disse Lula.
“Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça.”
Mion pediu respeito e explicou que o termo correto é, na verdade, “deficiência intelectual” — e não “deficiência mental”, como alegou presidente. “Isso não é só pejorativo, como também incentiva que outras pessoas continuem usando esses termos”, explicou.