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O que ainda falta ser esclarecido sobre o plano para matar Moro e outras autoridades

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Polícia Federal prendeu nove pessoas suspeitas de arquitetar atentados contra servidores e agentes públicos

Um dia depois da Operação Sequaz, em que a Polícia Federal prendeu nove suspeitos de planejarem ataques contra diversas autoridades, entra elas o senador Sergio Moro (União-PR), alguns detalhes das estratégias elaboradas pelos criminosos já vieram à tona. Sabe-se, por exemplo, que as investigações apontaram que a ofensiva contra o ex-juiz teria sido motivada por medidas capitaneadas por ele enquanto esteve à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro.

No entanto, uma série de lacunas ainda precisam ser preenchidas. Entre as perguntas sem respostas, estão a eventual existência de outros possíveis alvos ou de suspeitos não localizados pelas autoridades. Veja, a seguir, alguns desses pontos pendentes de esclarecimentos.

Quem são todas as autoridades que seriam alvo?

Entre os principais nomes que a ação criminosa mirava estavam os do senador Sergio Moro e do promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya. Ambos foram responsáveis por transferências de chefes de facções como Marcos Camacho, o Marcola, para presídios federais.

Porém, ainda não foram divulgadas outras autoridades que também estariam sob ameaça. De acordo com a PF, a facção planejava realizar ataques contra servidores e agentes públicos em cinco estados: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Qual era a fase de preparação para os crimes?

Ainda não está claro o quão avançados os criminosos estavam no planejamento para de fato cometerem os ataques. Alguns detalhes do inquérito apontam algumas medidas concretas que já havia sido tomadas para preparar os crimes.

Um exemplo é que bandidos alugaram imóveis próximos a endereços de Sergio Moro e se revezavam no monitoramento dele e de sua família, em Curitiba, no Paraná. Eles chegaram a cogitar, inclusive, a possibilidade de sequestrá-lo para negociar a liberação de Marcos Camacho, o Marcola, apontado como chefe da facção.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, revelou também que, ao realizar a operação, a PF identificou que a organização criminosa tinha estruturas parecidas com bunkers, construídos em casas. Os espaços ficavam escondidos atrás de paredes falsas.

O grupo já foi todo desmantelado?

Ao todo, foram expedidos pela PF 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária contra suspeitos e endereços situados em Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Nove pessoas já foram presas e duas continuam foragidas.

Porém, ainda não está claro se os desdobramentos da investigação podem atingir outros braços da facção criminosa. Ao Jornal Nacional, Gakiya afirmou que a operação continua para achar outros envolvidos. Entre os presos até o momento, há integrantes da cúpula da maior facção criminosa do país que têm anotações por furto, roubo, tráfico de drogas e até sequestro e cárcere privado.

Quais medidas os poderes tomarão diante do caso?

Na tarde desta quarta-feira, após a revelação do plano criminoso, Sergio Moro fez um pronunciamento no Senado e apresentou como reação um projeto que prevê a criminalização do planejamento de atentados contra autoridades envolvidas no combate ao crime organizado. Ele disse que espera contar com apoio suprapartidário à sua proposta.

A base do governo Lula não se posicionou sobre o projeto de Moro e ainda não se sabe se a proposta será priorizada no Congresso Nacional. O governo federal também não anunciou se irá tomar novas medidas, para além de garantir a sequência das investigações da Polícia Federal.

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