O plano de atentados contra as autoridades no Brasil é uma tentativa de retaliação contra a remoção de 22 lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o sistema penitenciário federal, em 2019. Entre os alvos, estão o senador Sergio Moro e a família dele. Segundo o Ministério Público (MP) de São Paulo, Moro desagradou à facção por acabar com as visitas íntimas nos presídios federais, ainda quando era ministro da Justiça.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, os integrantes da facção ficaram insatisfeitos com a decisão de Moro, que, por meio de uma portaria do Ministério da Justiça, proibiu as visitas íntimas aos presos isolados no sistema penitenciário federal. “Essa portaria acabou virando a lei anticrime, e hoje, através da lei, as visitas íntimas às lideranças da facção estão proibidas”, disse Gakiya em entrevista à BandNews.
“Eu venho tentando essas remoções desde 2006”, acrescentou o promotor, que também é alvo do plano do PCC. “O Estado demorou todos esses anos para fazer a remoção, por isso a promotoria teve de tomar a frente do pedido”, acrescentou Gakiya, dizendo que houve omissão do governo paulista na época.
Com as transferências, a Justiça conseguiu quebrar a cadeia de comando de toda a cúpula do PCC, de primeiro e segundo escalões, informou o promotor. “Isso gerou o enfraquecimento paulatino da facção, tem gerado guerra pelo poder, uma disputa interna, que vai enfraquecendo a liderança”, disse Gakiya.
Operação da PF contra membros do PCC
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 22, uma operação contra membros do PCC, facção criminosa que tinha planos de matar servidores públicos e autoridades no Distrito Federal e em quatro Estados: Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.