Menu

Gerson tenta reencontrar versão ‘coringa’ na volta ao Flamengo e evolui para Mundial após início de temporada conturbado

Compartilhe

Em cinco jogos no Flamengo, o volante atuou 362 minutos, pouco mais da metade em relação aos 542 em que esteve em campo por 13 partidas na França nesta temporada.

Na memória recente do torcedor do Flamengo, que volta a disputar o Mundial de Clubes hoje, 16h, contra o Al Hilal, fica sempre aquele time de 2019, que foi à decisão contra o Liverpool no Catar. Na ocasião, a equipe brasileira também teve os árabes pela frente na semifinal, e era comandada por Gerson no meio-campo, com o objetivo de abastecer o quarteto ofensivo.

O camisa oito, agora com 25 anos, será novamente o fiel da balança de uma equipe que não é tão consistente para defender e se sustenta no talento para atacar. Quatro anos depois, o coringa retomará esse papel com o time em desequilíbrio e precisará viver sua melhor versão. Hoje, Gerson ainda não está dando as cartas, mas não resta dúvida que é a ocasião para uma reestreia de fato.

O início de temporada abaixo do esperado do Flamengo nos duelos mais importantes, como o jogo contra o Palmeiras, pela Supercopa, fez o meio-campo ser criticado por sua baixa intensidade, mesmo depois de três temporadas na Europa. Mas não só o contexto do time do Flamengo mudou, como a volta de Gerson ao clube se deu em uma circunstância não tão favorável para boas exibições no começo de ano.

Em cinco jogos no Flamengo, o volante atuou 362 minutos, pouco mais da metade em relação aos 542 em que esteve em campo por 13 partidas na França nesta temporada. Só que a última em que foi titular pelo Olympique aconteceu no dia 8 de outubro, contra o Ajaccio. Naquela oportunidade, Gerson jogou 56 minutos. Depois desse jogo, foram apenas 19 minutos no total até reestrear .

Quando houve a compra de 80% dos direitos por 15 milhões de euros (R$ 85 milhões), Gerson ficou treinando sozinho e à parte no clube francês do dia 12 de novembro até o dia 31 de dezembro. Ainda teve um período de 15 dias de férias no Rio durante a Copa do Mundo. Tudo contribuiu para um recomeço longe do ideal em termos físicos no Flamengo, que também trocou sua comissão técnica e está em fase de transição.

No Estadual, torneio em que disputou quatro jogos, Gerson mantém bons números em relação a passes e desarmes, mas não deu nenhuma assistência, nem marcou gols. Contra o Palmeiras, cansou e foi substituído. Hoje, comemora os dias de treino físico e com o grupo para apresentar uma evolução à altura da exigência do momento.

Mudanças de peças influenciam

Outro fator determinante para a readaptação mais difícil de Gerson é a estrutura de jogo do Flamengo de hoje comparada a de quatro anos atrás. Com Jorge Jesus, o Flamengo defendia com uma linha de quatro, com dois laterais que avançavam pouco (Rafinha e Filipe Luís), e a proteção de Willian Arão. Gerson perseguia os adversários em transição, mas não ficava de um lado para o outro do campo, e se desgastava menos diante da grande posse de bola rubro-negra.

Agora, com Pereira, o português herdou uma estrutura com uma linha ofensiva menos combativa, sem Bruno Henrique, além de laterais sem tanta experiência (Varela/Matheuzinho e Ayrton Lucas). O que gera sobrecarga sobre os volantes. A saída de João Gomes foi a pedra que faltava escorregar para que todo o sistema precisasse ser reconstruído.

Em 2019, vale ressaltar, havia uma dinâmica de marcação em que a equipe corria para frente. Perdia a bola e pressionava, tornando-se pouco vulnerável. O atual trabalho de Vítor Pereira busca essa movimentação, com exercícios diários no Rio e no Marrocos. Como ainda há ganho de ritmo pela frente, os atletas ainda não executam os movimentos com perfeição, incluindo Gerson. A parte física foi tema da coletiva antes da partida contra o Al Hilal, e o técnico do Flamengo tornou a fazer comparações entre o momento atual e o fim da última temporada. Há expectativa por evolução nesse quesito hoje.

— Estamos a iniciar a temporada, é diferente a condição em todos os níveis. Tático, técnico, físico, emocional… Nesse momento, o que conta, mais do que o físico, é o anímico. É a vontade que temos de levar esse título para casa. É com essa superação, apesar do pouco tempo de trabalho, é que eu estou à espera de ver os meus jogadores — afirmou VP.

O Flamengo realizou o último treino ontem pela manhã em Rabat e chegou a Tânger à tarde para se concentrar para a partida. Além de Bruno Henrique e Victor Hugo, não há baixas. O goleiro Santos se recuperou de dores musculares e vai jogar. Nas laterais, a tendência é que o time comece com Matheuzinho e Filipe Luís, e haja troca no segundo tempo, com as entradas de Ayrton Lucas e Varela. Outra peça que deve ser acionada é Cebolinha, que dá exatamente mais equilíbrio entre ataque e defesa pelo lado esquerdo. Outra peça que ganhou espaço nesse sentido é Pulgar, sobretudo em eventual final.

A outra semifinal será disputada entre Real Madrid x Al Ahly, nesta quarta-feira.

Veja Também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress SiteLock