“Hoje eu sou melhor pelo apoio mental e social que eu tive aqui”, a declaração é da empreendedora Anita Carvalho, assistida do Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher (Cream). Aos 61 anos, ela procurou a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e conseguiu o apoio que precisava para ter a independência financeira e sair de ciclo com danos emocionais.
No Cream, as mulheres vítimas de violências contam com atendimento psicossocial, orientação familiar, encaminhamento jurídico, e projetos especializados, visando a autonomia da mulher. No espaço, elas podem fazer cursos de capacitação em diversas áreas para o mercado de trabalho, buscando sua identidade social, compartilhando experiências e atuando com a arteterapia.
Coordenado pela Secretaria Executiva de Políticas para as Mulheres (Sepm) da Sejusc, o centro atende, em média, 144 mulheres por semana de forma presencial ou remota.
“No Cream eu aprendi muito, agora tenho um mini negócio, vendo minhas plantinhas e merendas, sou independente. Antes eu não dormia, não comia, era muito debilitada. Agora, eu percebo como mudei e tenho autonomia, vejo situações que antes eu não percebia e tenho a coragem de falar e aconselhar outras mulheres a procurar ajuda”, frisa a empreendedora, após um ano de acompanhamento.
Jussara Pedrosa, secretária da Sejusc, reforça que o atendimento é um meio de fortalecer as mulheres vítimas de violência. “A Sejusc tem um trabalho social forte em diversas áreas, no caso das mulheres vítimas de violência, damos esse acolhimento e buscamos meios para que ela seja a protagonista de sua vida e siga as próprias escolhas”, pontua.
Acompanhamento
O Cream está situado na avenida Presidente Kennedy, 399, no bairro Educandos, na zona sul de Manaus. A unidade recebe as mulheres vítimas de violência com uma primeira assistência psicossocial na sede e após triagem, as assistidas participam de sessões semanais com acompanhamento psicológico de forma individual ou em grupo, tanto para a vítima quanto para a família.
Por meio de projetos sociais, como “Café com Mulheres” e “Arteterapia”, as mulheres podem realizar o trabalho de autonomia, cuidado mental e atendimento psicológico de forma lúdica na unidade, compartilhamento de experiências, interação social, lazer e autoconhecimento, além de cursos de capacitação para o mercado de trabalho.
Maricília Costa, titular da Secretaria Executiva de Políticas para as Mulheres, comenta como o enfrentamento à violência e a preservação dos direitos da mulher é realizado por meio da conscientização, capacitação e prevenção ao adoecimento emocional.
“O Cream prioriza a saúde mental, o tratamento e cuidado com essa mulher, enquanto ela é assistida por nós. Por isso, oferecemos o apoio psicossocial, jurídico e a capacitação para o mercado de trabalho como base, pois uma vez que elas buscam essa independência, muitas conseguem sair desse ciclo de violência e garantir seus direitos”, reitera a secretária.