Se mulheres por todo o mundo costumam precisar lidar com assédio e machismo, é de se imaginar que, com criadoras de conteúdo adulto, a situação seja ainda mais latente. Desde propostas para lá de indecentes até mensagens invasivas e inapropriadas, os assinantes, muitas vezes, ultrapassam os limites do bom senso.
A brasiliense Lídia Raquel, de 25 anos, cria conteúdo adulto para o OnlyFans há um ano e meio. Apesar de gostar muito do trabalho, ela confessa que já precisou lidar com diversas situações constrangedoras.
“Ser mulher nesse meio é complicado, ainda mais em uma sociedade machista. Muita gente associa a produção de conteúdo à prostituição e acaba generalizando, mas apesar se existirem garotas de programa nessas plataformas, existem mulheres que só fazem conteúdo on-line”, explica.
Por considerar esse tipo de assédio inevitável nesse segmento, levando em conta o contexto social, Lídia afirma que costuma se preparar para saber contornar da melhor forma possível. “Sempre que fico desconfortável eu primeiro tento explicar de forma tranquila para a pessoa que aquele é meu trabalho e é preciso haver respeito. Até hoje tem dado certo”, diz.
Pedidos bizarros
Para além do assédio, outra situação recorrente é quando os assinantes fazem pedidos específicos e, muitas vezes, bizarros e duvidosos. “Já recebi várias propostas inusitadas. Lista de fetiches são os mais divertidos”, conta a modelo. Confira o top 3 “propostas bizarras” de Lídia:
Pack de posições: “Já recebi uma proposta bem alta de dinheiro para tirar 15 fotos em posições específicas. Quando a pessoa me mandou a referência, eram fotos que eu não teria coragem de tirar. Respeito quem tira, mas eram poses muito explícitas, que dava pra ver até o útero, sairiam muito do perfil do meu conteúdo”.
Calcinha: “Também já me ofereceram bastante dinheiro para vender uma calcinha usada, com cheiro de usada mesmo. Objetos pessoais eu não acho legal vender assim, até porque não sei a intenção da pessoa, prefiro evitar”.
Encarada de milhões: “Uma vez recebi uma proposta de R$ 6 mil só para a pessoa ficar me olhando pelada pessoalmente, mas não tive coragem de aceitar, obviamente. O bom de ser criadora de conteúdo é isso, você trabalha em qualquer lugar do mundo, sozinha. Mesmo sem contato físico, criamos uma relação com nossos clientes, e isso é muito bom”, finaliza.