BRASÍLIA. Em discurso no plenário o senador Plínio Valério (PSDB-AM) avisou que não votará a favor da PEC do fura teto que daria um cheque em branco de cerca de R$200 bilhões para o futuro presidente Lula gastar sem pedir autorização do Congresso pelos próximos quatro anos. Plínio explicou que só aceita votar a favor de alguma PEC alternativa , como a do senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE), que garanta o pagamento do auxílio Brasil como previsto , fora do teto apenas por um ano, no valor de aproximadamente R$ 70 ou R$80 bilhões. Ele ressaltou que , segundo o cálculo de economistas, a aprovação do fura teto de R$200 bilhões, em quatro anos, anularia todo o ganho da economia de dez anos da reforma da previdência.
Segundo Plínio, o maior argumento do futuro governo para estourar o teto em cerca de R$200 bilhões, colocando em risco o equilíbrio fiscal e da inflação, seria o pagamento do programa Bolsa Família. Mas segundo o cálculo realista, esse programa não demandaria mais do que R$50 bilhões, muito abaixo do valor pretendido por Lula.
“Esse cheque em branco não deve ser dado. Além de ter alterações legislativas, prejudica nossa credibilidade. Como é que a gente pode ter credibilidade ainda para o investidor nacional e estrangeiro se a gente está permitindo que se fure o teto em mais de R$200 bilhões? O PT condena furar o teto, e agora quer fazer a mesma coisa?”, questionou Plínio.
Como republicanos, Plínio diz que não há como negar os recursos para bancar o Auxílio Brasil e o resgate de dignidade da população vulnerável.
“Mas daí a fugir para R$200 bilhões por quatro anos ou por tempo indeterminado é querer aceitar a condição que o famoso Ministro Barroso nos quis colocar, de mané. O Barroso pode achar que nós somos manés, mas não podemos assinar embaixo, reconhecendo que o Barroso tem razão”, disse Plínio.
*Com informações assessoria de comunicação