O primeiro gol da Tunísia no Catar finalmente saiu, e valeu logo vitória sobre a atual campeã França, por 1 a 0. Um placar facilitado por Didier Deschamps, que escalou uma seleção repleta de improvisos e reservas. Mas a seleção africana já não contava apenas com as próprias forças. A Austrália acabou por ficar com a segunda vaga do grupo D ao vencer a Dinamarca.
O jogo desta terça-feira foi marcado pela decepcionante atuação francesa. Candidata ao bi, a França mostrou que há pouco equilíbrio entre os convocados e o seu segundo time é incapaz de se manter competitivo. Para a Tunísia a despedida foi com cabeça erguida, com vitória e muita luta, além de um terceiro lugar, na frente da Dinamarca, considerada favorita para ir às oitavas com os franceses. Improvisos e desinteresse francês Para a Tunísia, um jogo de vida ou morte.
Para a França, um treino descompromissado. A escalação divulgada uma hora antes da partida já indicava que o interesse da equipe comandada por Didier Deschamps era próximo de zero. Não pela utilização esperada de reservas, o que era compreensível, mas sim pela preferência por improvisar em praticamente todos os setores. O símbolo da pífia presença francesa em campo foi certamente Camavinga.
Completamente perdido na função de lateral esquerdo, o volante do Real Madrid entregou bolas em sequência, distribuiu faltas e ainda recebeu humilhante caneta de Laidouni. Um desastre. Chances de gol reais foram poucas, mas quase sempre com a Tunísia no ataque.
A mesma seleção que pouco produziu – e passou em branco – nos dois primeiros jogos, agora dominava a campeã mundial. Com direito a gol anulado de Ghandri por impedimento. Gol vem, mas nada de vaga Havia expectativa de mudanças na França para o segundo tempo, mas elas não vieram. Deschamps decidiu que era melhor não expor jogadores importantes, mesmo ciente de que poderia pagar por isso com a derrota.
Afinal, nada mudaria para os campeões mundiais. Perder a liderança seria muito improvável, e a vaga estava já assegurada para as oitavas. Aos 13 minutos do segundo tempo, Fofana foi desarmado no meio de campo por Skhiri. Kahzri recebeu pelo meio, avançou sem marcação e invadiu a área para vencer Mandanda.
A Tunísia enfim marcava seu primeiro gol na Copa, e com possibilidade de classificação. Não houve muito tempo para comemorar, mas não graças à França. No outro jogo do grupo, a Austrália marcou praticamente ao mesmo tempo, tomando a segunda vaga da seleção africana.
Talvez preocupado com a possibilidade remota dos Soocceros tomarem a liderança, Deschamps enfim resolveu tirar seus titulares do banco. Rabiot, Mbappé, Dembélé e Griezmann tornaram a França muito mais interessante e ofensiva. Mas as mudanças vieram tarde para buscar a virada. Griezmann ainda conseguiu o empate nos acréscimos, mas a arbitragem decidiu anular após conferir no VAR o lance, em mais uma intervenção polêmica.